segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

X-mas landscape

Depois de repetidos dias de horizontes escuros e opacas neblinas, eis que na contagem decrescente para a Natividade, o Sol começa a brilhar, a partilhar todo o seu fulgor, tão bem-vindo nestes tempos gélidos de Inverno. Talvez uma espécie de prenúncio da alegria do Natal!!!

É aprazível despertar e observar ainda o solo revestido de múltiplos cristais de água que lhe conferem aquele branco tão característico e peculiar dos dias de Inverno, que de tão magnífico acaba por remeter para segundo plano o ápice do nariz gelado e de semblante pingente,

em simultâneo com o incremento gradual, não muito elevado é certo, da temperatura envolvente, originado pelo infundir dos raios de sol com a crosta terrestre.

Será que a Natureza o faz de forma inocente e despropositada? ...

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Natalício

31 de Novembro...

~Dezembro~

A par do frio, o Natal como associação mais previsível a este mês.
Consta que há cerca de 2009 anos nasceu Deus, feito menino, para iniciar uma nova evangelização: a Cristã. Desde então que esse, mais místico do que mítico acontecimento, vem sendo recordado no dia 25 de Dezembro.
O aconchego, o paradoxo do calor interno vs. frio do ambiente, são argumentos que o cristão alega neste período. O ádito familiar, a permuta de diálogos, a lareira como foco de encontro, podem igualmente constituir evidências da época natalícia.

E hoje em dia?

Acontece a metamorfose do Natal: o ádito dá lugar à aversão, a permuta de diálogos à de presentes, a lareira ao shopping, ou então ao novo bar/disco que abriu no quarteirão ao lado. Como resultado, descem em simultâneo, o saldo na conta do banco, e o mercúrio do termómetro do coração... Bem, já que estamos numa de crise, não é de estranhar....

Que a crise não atinja o coração dos que se preparam para viver este Natal.

Feliz Natal

domingo, 2 de novembro de 2008

Somos assim? _



Por vezes apetece submergir no lago da nossa existência, percepcionando apenas o mudo apaziguador do silêncio que aí vigora.

Enfadado estou do mundo carpideiro que teima em insistir na desgraça da ambição irrealizável que corrobora toda a mísera criatura que nele habita.
Para quê viver na esperança do metal mineiro a que chamam de dinheiro, se não é ele que nos oferece a garantia de O2 para respirar, nutrientes para sobreviver, amor para viver?
Consta que o mundo gira não porque o sonho comanda a vida, mas em virtude de altas apostas que os humanos, magnatas por excelência, realizam no seu dia-a-dia, apostando a sua vida, o futuro, a natureza, como se de um casino tratasse.
Não condeno ninguém por essa atitude, eu como ser elementar desse mesmo mundo, também me encontro enredado na complexa teia que a todos prende. No fim, somos todos mortais…

Somos feitos de carne, mas temos de viver como se fossemos de ferro (Freud)

Resta esperar que dentro de nós, se encontre a moral e a ética – talvez em exílio, excomungadas pela sociedade que se auto promove de ideal.

Num segundo...

Tic-Tac… os segundos atropelam-se freneticamente a cada dia que passa… impiedoso relógio que não se compadece da natural serenidade da nossa ampulheta vital! Uma Batalha perene do homem contra um dos seus grandes adversários, o Tempo.

Como encontrar a desejada homeostase entre tão grandes oponentes?

Quebrar a corrente do tempo é inexequível, verdadeiramente utópico, se até Deus, Nosso Criador, não foi capaz de rescindir de 7 preciosos dias, para concretizar toda a sua criação.
Esconder, qual avestruz, o pescoço na areia e esperar pelo amanhã (que na eminência apocalíptica pode nunca surgir), não aparenta igualmente ser a melhor alternativa.

Subsiste uma última opção…
Enfrentar tamanho jugo, vivendo e sentindo plenamente, a pequena gota de chuva que cai, a onda do mar que ameaçadoramente se acaba por esmorecer na costa… De facto, a menos dócil das opções, pois exige do Homem o devido atrevimento… Dos fracos não reza a história… O sol em cada manhã arroja-se com o brilho dos seus raios, do pequeno casulo irrompe a frágil e atrevida borboleta que tão belo sentido estético atribui aos quadros de Monet

Da mesma forma,
como ser alado que és, solta as asas e vive fulgorosamente… atreve-te, nem que seja por um segundo

Sinfonia opus humanidade



Sim, é no mundo, nesta esfera terrestre, ícone da matéria, onde o ser humano, tantas vezes apelidado de criação divina, elemento de essência quase etérea, sublime, se estrutura e exerce a natural interacção com o que o envolve numa sinfonia orquestral de movimentos unificados de compasso ternário: indivíduo, natureza e sociedade – sob a batuta de algo ou alguém a quem in-conscientemente o homem se entrega…

Não obstante, é também neste mundo, onde, de forma inevitável, o carácter funéreo se estabelece, como forte barítono da finitude a que a todas as estruturas vitais se encontram sujeitas…Será esta a signa humana? Sujeição? Ao Deus terrível, à sua própria fugaz existência neste mundo?
No entanto no meio dos padrões densos e sonoros interpelam-se pausas, momentos onde o silêncio se revela, na simplicidade que o caracteriza… momentos singulares onde a condição mais nobre do homem se pode expressar, no cruzar de olhares, no sorriso tímido que pari passu se torna comprometedor e declara por fim, o amor…solta-se o beijo… indubitavelmente o sentimento que nos acomete à vida, e rascunha um traço de positivismo em toda a nossa existência… subscrevo o carpe diem

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Começa a aventura…


Recôndito no coração, o mapa que indica o X constitui uma das escassas pistas para encontrar o tesouro, o mais deslumbrante tesouro, digno da alta realeza do império celeste.
Diz-se que o detentor de tal mina extravasa felicidade no olhar, e sente, de forma legítima, uma autêntica plenitude na sua existência, algo absolutamente indescritível.
Para o encontrar são muitos os obstáculos, provações, intempéries, e até mesmo armadilhas que se apresentam:
Comummente, interpelam-se no nosso caminho simples erários de gesso, pincelados de reluzente brilho ofuscante que nos ludibriam, fazendo crer estar descoberto o tão famigerado tesouro… engano óbvio.
Com o tempo o brilho que ofusca esmorece e dá lugar a uma lúgubre sombra, caindo por terra o sonho que parecia tornado realidade.

Por muito longo e sinuoso que se apresente o trajecto até ao fim último, podendo levar o mais corajoso dos homens ao desânimo, não há retorno ao ponto de partida, porque a nossa existência é unidireccional, e como diria alguém, o relógio não pára, e o tesouro continua por descobrir: a verdadeira amizade, sendo o amigo o seu mais autêntico âmago…

E a jornada continua.